domingo, 12 de junho de 2011

Práticas Pedagógicas

Quando nos referimos em práticas pedagógicas é importante chamar a atenção, inicialmente, é que, em qualquer análise que se faça a educação ou dos fenômenos educativos e que não se pode ignorar a influência decisiva do contexto social, cultural, politico e econômico em que os fenômenos estudados ocorrem. Além disso, há um peso e significado das interações, estabelecidas pela e na instituição escolar, nas relações que ocorrem em sala de aula - relações da escola com a sociedade e com a comunidade e famílias e, internamente, dos professores, gestores, funcionários, alunos e pais entre si.
Como se pode observar, através de maneiras diferentes e com relação ao tempo tão próximas de nos referirmos aos processos de decorrentes das trocas, relações entre professores e aluno, entre  alunos, na sala de aula, os acontecimentos/eventos desse espaço envolvem as pessoas concretas em sua totalidade, com afetos, desejos. O olhar dirigindo a essas relações assim, só pode ser aquele que, mesmo contemplando, em cada uma delas, marcas indeléveis ao mesmo tempo flexíveis que as constituições como pessoas e indivíduos únicos.
Em se tratando da aprendizagem, interpretações de teorias são propostas, dando conta de como o aluno aprende e como se realizam as trocas que permitem, possibilitam e ampliam esse processo.
E em relação ao desenvolvimento, em suas relações com a aprendizagem, temos ampliado nossa compreensão do que ocorre, ao longo do desenvolvimento da criança e do jovem e que papel desempenham nesse processo.
O destaque se dá as relações entre professores alunos, entre os pares, e nos empenhamos em compreender os processos envolvidos nelas.
Nossos estudos e preocupações nos têm levado a refletir sobre muitos tipos de relações: ensino-aprendizagem, professor-aluno, escola-comunidade, gestores-professores, escola-família, aluno-conhecimento e relações institucionais na escola, entre outras.
Hoje, nosso olhar estará voltado para a relação professor-aluno, na sala de aula, momento privilegiado da prática docente.
Que olhar estaremos dirigindo a essa relação? Gostaria que pudéssemos voltar para essa sala de aula em processo um olhar de conhecer de novo, de curiosidade, de expectativa, de constatação, de avaliação, de pesquisa, de análise, de descoberta, mas também de invenção, uma vez que temos olhado essa relação, com olhares parciais, ou de censura (por tudo que pode não ter dado certo ou se cumprido conforme nossos desejos), ou até de irritação (por toda nossa impotência, desconhecimento e dificuldades), e quase nunca com olhar de amorosidade, de respeito e de esperança. Cada professor constrói sua forma de atuar: organizam e planejam suas ações. Ficando atentos á curiosidade da criança e do jovem e ficando atentos com as necessidades básicas da criança e do jovem de conhecer o mundo, envolvendo temas/projetos para cada faixa etária como: brincadeiras, histórias, jogos, artes, informática etc. Conforme Wallon explica a respeito do movimento para dentro, para o conhecimento de si - com predominância do afetivo – e movimento para o mundo exterior – com predominância do cognitivo. Ambos, cognitivos e afetivos, têm como suporte a atividade motora, e o movimento de integração dessas três dominâncias possíveis tornam cada vez mais diferenciados, precisos e coordenados os pensamentos, sentimentos, idéias, articulados em relação às solicitações do meio e as intenções das pessoas. É nesse sentido que as relações entre professor-aluno e aluno-aluno, em sala de aula, garantem a “sobrevivência cultural desse aluno pela apreensão de valores, instrumentos, técnicos, crenças, idéias e afetos predominantes na cultura”. E, nesse processo, as informações decorrentes dessas relações se organizam em “categorias referentes ao mundo externo e referentes a si”.
Assim, saberemos que esse olhar perscrutador, que nos pede reflexão sobre as relações que se dão em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual de seu aluno, podendo ele ser o foco de crescimento ou de introspecção do mesmo quando da sua aplicação metodológica na condução da aprendizagem. Sobre essa prática, GADOTTI (2000:9) afirma que “nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos”. E ainda que, “os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas”.
Codo (1999) se utiliza da palavra burnout para expressar toda uma síndrome decorrente das experiências do professor em sua profissão. Negar que esse quadro afetivo não tenha consequências nas relações pedagógicas em sala de aula, na prática docente do professor, é idealizar a prática docente, não a percebendo na realidade cotidiana das escolas brasileiras.


Referências bibliográficas
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000
CODO, W. (coord.) Educação. Carinho e trabalho. Petrópolis: Vozes/Brasília, CNTE: Universidade de Brasília, 1999.
MAHONEY, A. A.; Almeida, L.R. (orgs.) Henri Wallon. Psicologia e educação. São Paulo: Loyola, 2000
Imagem Disponível em  http://professoratatianealmeida.blogspot.com/2010/05/inclusao-das-criancas-de-seis-anos-no.html


Um comentário:

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