sábado, 21 de maio de 2011

Incluir é preciso

"A inclusão escolar começa na alma do professor, contagia seus sonhos e amplia seus ideais. A utopia pode ter muitos defeitos, mas pelo menos, uma virtude tem: ela nos faz caminhar." Eugênio Cunha


Andréia Perez é pedagoga com especialização em deficiência da audiocomunicação formada pela Unesp Marília. Está atuando desde 2008 na Escola Estadual Ruth Coutinho Sobreiro no bairro Santa Inês, na cidade de São José dos Campos como professora de sala de recursos.

Como você descreve seu trabalho?
Atendo alunos inclusos surdos da rede estadual da região que é formada por seis escolas, que estudam no ciclo 1 e 2 e  ensino médio,no contraturno dos horários regulares de aula, conforme a resolução SE 11 - que dispõe sobre a educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas da rede estadual de ensino.
O atendimento pode ser feito de forma individual ou em grupo formados por alunos que se encontram no mesmo nível de aprendizagem.
O foco principal deste trabalho é trazer qualidade no ensino para a inclusão destes alunos nas salas de aula regulares. A alfabetização em libras é nossa grande meta com os inclusos.
Desenvolvo meu trabalho em conjunto com os diretores, coordenadores e professores destes alunos através da adaptação do currículo escolar, elaboração de atividades e esse atendimento se estende à família auxiliando-a neste processo.

Quais as dificuldades como educadora e para os alunos inclusos?
A maior dificuldade que enfrento é com relação as famílias. Primeiramente, no aspecto da aceitação da deficiência dos filhos e também pelo desconhecimento da linguagem de sinais. Outro aspecto a ser observado é que os recursos que o governo destina ao deficiente, através do benefício social BPC-LOAS, em muitos casos não é aplicado em benefício do aluno, através da compra de aparelhos de audição, sessões de fonoaudiologia, por exemplo.
A alfabetização em libras é um processo demorado e deve contar com a participação da família.
Mas mesmo com algumas dificuldades, o Estado tem cumprido o seu papel através da disponibilização de recursos materiais e através dos professores interlocutores com conhecimento em libras para a sala de aula regular.
Para os alunos a dificuldade está na defasagem da aprendizagem pois até 2007  frequentavam classes especiais multisseriadas.
Acredito que em alguns anos veremos o resultado do nosso trabalho na vida dos alunos inclusos, familiares e educadores que integram todo esse processo educacional principalmente com esta nova geração que hoje já conta com este atendimento desde a educação infantil.
















Fotos do arquivo pessoal de Andréia Perez.

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